lembraste?

Lembraste do que eramos? Talvez não te recordes mas eu vou-te contar.
Duas crianças que não se largavam durante aqueles tempos em que tudo parecia fácil, simples. Não precisavamos de dizer por palavras o que pensávamos, só com um olhar conseguíamos saber o que a outra sentia.
Eramos cúmplices, alheias a todo o resto. Lembraste de quando nos deitamos na relva a olhar para o céu naquela tarde de verão? Dissemos que íamos permanecer juntas por mais tempo que passa-se, por mais longe que estivesse-mos. Eu não sinto isso, para dizer a verdade já não te sinto à tanto tempo. Lembraste do anel da amizade? Eu ainda o guardo na gaveta da cabeceira, não tem qualquer valor material mas tem tanto sentimento. Era o símbolo da nossa amizade. E eu lembro-me de ti todos os dias.
A nossa vida encaminhou-nos por direcções opostas, talvez fosse obra do destino, quem podemos culpar agora?As vezes gostava de pensar que és tu a culpada, mas depois percebo que não vale de nada.
Talvez te tenhas esquecido disto, talvez não. Provavelmente ponderaste outras prioridades na tua vida, não te julgo. Mas não digas que tudo continua igual, que continuas a ser a minha base quando mais necessito de alguém, que continuas junto de mim quando já nem sabes como estou, quando trocamos um olhar e já não fazemos nem a mínima ideia do que a outra está a sentir. Porque agora, a nossa amizade é assim. Tu também mudaste e já não te encontro em ti. Nem em mim.